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O brasil foi quem mais xingou no twitter? Não diga!

julho 24, 2012

Ui amiga.James Robinson(escritor do Lanterna Verde) disse a Comic-Con que os brasileiros foram os fãs mais preconceituosos pelo reboot Lanterna Verde. Para quem não sabe, a DC começou uma nova política de minorias (isso depois de despedir quase todas as autoras do sexo feminino, mas tudo bem) e decidiu que nem todos os heróis tem de ser homens brancos heterossexuais.

Eu já imagina que o povo aqui do Brasil que lê comics (homem branco, classe média alta, afinal, quadrinhos aqui são itens de luxo) seria um dos que mais iriam chiar e xingar muito no twitter. Já falei sobre isso aqui, como os fóruns e sites americanos estavam falando de coisas benéficas e outros pontos enquanto aqui no Brasil só se via coisas como “estão estragando os super-heróis”, “herói não pode ser gay”, “muito tosco ele ser gay, nada a ver”, entre outras coisas. Acho difícil existir um tipo de fã mais chato que os brasileiros. Eles são chatos em tudo – no futebol, no twitter, no facebook com suas malditas correntes, agora nas lutas de ufc. Millôr disse que no sétimo dia Deus criou um país cheio de técnicos de futebol e que esse pais era o Brasil. Não só isso. No sétimo dia Deus criou um país que se acha técnico de tudo que interessa no momento. Um dia todo mundo é técnico de futebol,  em outro todo mundo é  técnicos  e especialista de lutas do UFC (acho muito engraçado ver esses caras nos bares que nunca deram um soco narrando as lutas e comentando como se fosse técnico no esporte), depois todos são humanistas de facebook, postando fotos de gente doente e animais mortos. Ai quando a coisa enjoa, todo mundo volta a ser técnico de futebol.

Tenho simplesmente pena dessas pessoas. Não vou mais falar sobre o assunto aqui, se alguém quiser ler sobre é só acessar o link no texto, a única coisa contra o reboot do personagem foi o fato de terem rejuvenescido ele, afinal, o que tem de errado ser velho e gay? Porra, seria estilo, diz aê.

Opiniões sobre casamento homoafetivo do Estrela Polar e sobre o Lanterna verde ser Gay.

junho 6, 2012

Vou ser curto e grosso com essa moçadinha presente em comentários de publicando diversos posts em sites de qualidade duvidosa:

A marvel sempre fez Marketing, todas as suas sagas, histórias e eventos têm mais marketing do que a história em si, quando temos histórias boas é algo raro, a gente sai no lucro.. Geralmente somos obrigados a comprar dezenas de HQ’s que tem ligação com a “Guerra Civil” ou com “Invasão Secreta”, na qual vai aparecer o capitão América dizendo para o homem aranha “você é um bom soldado, filho”, ou na qual o Wolverine luta por uma página com o Homem-de-Ferro. A morte do capitão América foi puro marketing, apesar de ser uma boa história. Já em Vingadores X X-Men temos histórias de gosto duvidosas, onde colocando talentos da editora como o Brian Mendis (que fez histórias ótimas com o Demolidor e com Alias, mas que de uns temos para cá não aguento mais nos vingadores), Jason Aaron (também da ótima série Escalpo), Stuart Immonen que para mim é um dos artistas mais ecléticos que trabalha na marvel, Adam Kubert também é um ótimo artista, há outras equipes criativas envolvidas, mas o interessante é a gente perceber que Vingadores X X-Men não chega aos pés de nenhum dos trabalhos mais pessoais e alternativos destes autores, isto por uma centena de motivos, envolvendo prazos curtos, uma história que é ditada pelos executivos da empresa, e a idéia de ter de agradar a molecada que só quer saber de ação dos dias de hoje. Mesmo com todo o Marketing em suas séries temos boas notícias.

Nos últimos dias tenho motivos para comemorar, motivos que infelizmente não agradam muitas pessoas. Mas o quê eu posso fazer? Vivemos em um mundo em que qualquer pessoa tem a sua própria opinião sobre as coisas, aprendi isso de berço.  Eu particularmente, gosto de dividir estas opiniões em três partes: a primeira é a opinião voltada a algo que eu não tenho conhecimento, opinião de quem não tem conhecimento do que fala não trato com valor algum, a segunda é voltada a algo que eu tenho um conhecimento que vai de regular a bom, essas opiniões eu sempre leio, mas não levo a sério alguém que sempre fala de jogos ou quadrinhos começar a criticar um livro, por exemplo. A terceira é voltada para algo que a pessoa tenha  conhecimento, nesta costumo ler o que determinada pessoa fala e depois pesquisar o assunto, saber mais do que se trata, fazer parte dele. É desta maneira que crio meus pontos de vista referentes a um determinado assunto. Um exemplo sobre opiniões que tenho estas ultimas semanas é referente ao casamento gay entre Estrela Polar, e do fato da DC comics declarar que seu primeiro Lanterna Verde, Alan Scott, da era de ouro ser gay. Estas duas situações, causadas por circunstancias únicas (o casamento gay nos EUA ter ganhado apoio do presidente pela primeira vez, e isso em 2012) que justamente é o que eu disse acima. Temos por um lado os fãs de quadrinhos que conhecem as trajetórias destes personagens, neste me encaixo, e das pessoas que tem conhecimento em direitos civis, que sempre se informam sobre as causas contra racismo, homofobia, misógina e outros males praticados pelas pessoas, e nessa eu me encaixo também. O que tem me deixado com a pulga atrás da orelha são pessoas, estas que estão da parte dos que lêem quadrinhos mas que não conhecem nada de direitos civis, estas pessoas que acham bacana e incentivam as editoras a colocar “gostosas” de “decote” combatendo o crime dando opiniões relativas aos acontecimentos entre o casamento do Estrela e a Dc recriar o Allan como sendo homoafetivo, sinceramente quanto mais leio as opiniões destas pessoas, algumas em sites até especializados na área, mais fico com pena.

É triste ver que em pleno ano de 2012 vivemos em um mundo em que as pessoas não se informam ou são egoístas o suficiente para se ofender e escrever textos dizendo que os super heróis não podem ser gays para não influenciar as criancinhas. Até porque ser violento, bombado, brigar com seus parceiros e ensinar que as mulheres devem usar saia curta para combater o crime é uma coisa super-normal, né?

É meio tarde para dizer que as editoras de quadrinho estão sendo marketeiras, né?

Aliás, queria saber porque isso ofende tanto as pessoas. Ninguém se ofendeu com guerra-civil.

Homossexuais existem nos quadrinhos há muito tempo. Lembro de um antigo, da década de 30/40 na qual o Mickey batia em um personagem qualquer apenas por ele ser gay. Diversos vilões das décadas seguintes e até dos dias de hoje são representados como homoafetivos ou afeminados, geralmente com um lado mais excêntrico. Também existe nos quadrinhos uma representação generalista das mulheres, sempre com roupas que não cairiam fisicamente, decotes imensos para super-heroinas e vilãs, sempre li que “quadrinhos são coisas de garotos” e que coisas como essas deveriam continuar. Discordo plenamente, sou muito a favor que mulheres continuem lendo quadrinhos. E de todos os tipos, boa parte do que é produzido hoje no mundo é feito por mulheres, Persepolis ta aí. A escritora do Casamento do Estrela Polar também é mulher. Gail Simone que é uma escritora que está há muito tempo nas Hqs e apesar de muito critica continua aí, escrevendo histórias. Você sabe qual porcentagem das mulheres representam em quadrinhos nos dias de hoje? E nos filmes? Sabem quanto é o número de protagonistas mulheres em quadrinhos? E gays? Muito pouco. Isso é por causa dos fãs que querem ler quadrinhos com boasudas de decote ou é por causa das editoras, que sempre foram controladas por homens? Quem começou com isso? Vocês leitores ou as editoras? Boa pergunta.